COMO É QUE SE APRENDE?
Deixei este tópico por último não porque seja irrelevante, mas para mostrar sua importância e que conhecer o processo de aprendizagem determina o método de ensino. Cada professor deverá identificar em sua classe a facilidade ou dificuldade com que os alunos aprendem. Um educador disse certa vez que “se o aluno não aprendeu, o professor não ensinou”. É uma dessas frases que nos pegam de jeito. É como aquela pergunta: “Você já parou de bater na sua esposa?”. Qualquer resposta que o sujeito dê o deixa encrencado. O ensino pressupõe aprendizagem e se um aluno não entendeu nem nada aprendeu, o ensino não sucedeu. Mas a frase pode colocar a culpa no professor. Ele pode saber ensinar e ensinar bem. Em uma classe sempre haverá alguém que não entenda e que não quer entender. Muitas circunstâncias que não comportam aqui podem explicar isto.
Não basta saber ensinar nem ter o que ensinar. É preciso saber como as pessoas aprendem, para ajuntar as duas pontas. Quando isto acontece, o processo de ensino e o processo de aprendizagem se amalgamam e produzem efeito.
A aprendizagem sucede quando há a assimilação do que foi transmitido. Em um determinado momento pode parecer que a pessoa não aprendeu, até mesmo porque não há como mostrar que assimilou. Aprendemos usando nossos sentidos para processar dados, fatos, números, figuras, conceitos, exemplos, etc. O uso dos sentidos se chama percepção sensorial. Aprendemos pelos sentidos. Um cego não aprenderá distinções de cor, nem um surdo compreenderá distinções sutis de tonalidade. Só vivos podem aprender. Neste sentido, compreendemos que realidades espirituais dependem muito, em seu ensino, da atuação do Espírito Santo. É ele quem transmite vida.
Quando alguém assimila informações, está usando um dos sentidos. Vejamos, então, os diferentes tipos de assimilação de informações.
Auditiva. Na assimilação auditiva, a pessoa aprende ouvindo orientação verbal. Há pessoas que aprendem mais assim. Inclusive, quando lêem, repete em voz alta o que leram. Elas têm memória auditiva, assim seu ensino se processa melhor assim. A Bíblia reconhece a força da aprendizagem auditiva: “Ouve, ó Israel…”. Neste caso, quem ensina precisa ter voz clara, boa dicção, vocabulário assimilável pelos ouvintes e conceitos bem expressos. Há preletores confusos, com sentenças gramaticais longas, voz mastigada, cheia de apócopes e aféreses. Quem ensina com a voz deve tê-la bem clara e bom vocabulário.
Visual. Na assimilação visual, a pessoa aprende mais vendo. Por isto, o uso de multimídia, flanelógrafo e demais recursos visuais. Lembre-se que vivemos numa geração icônica (visual) mais que letrada. A televisão forma uma geração que não lê, mas apenas vê figuras. Não é de se estranhar que a geração mais nova tenha dificuldades em ler e interpretar um texto. Como nem sempre se podem usar figuras, use figuras verbais, a linguagem pictórica. Jeremias era mestre nisto: criar figuras de imagem que ajudavam as pessoas a “ver” o que ele falava. Quem aprende mais por figuras precisa associá-las a palavras, por isso o multimídia é um bom recurso. Jesus usou o método visual: “Isto é o meu corpo…”, por exemplo. Ele ensinou uma lição através de um elemento visual.
Sinérgica (ou Sinestésicas). Na assimilação sinérgica, a pessoa aprende quando se envolve fisicamente e age, efetuando alguma tarefa ligada ao transmitido. É a pessoa que têm dificuldades em concentração, precisa sempre estar em movimento. É o aluno agitado, que associa o recebido com movimentos e objetos ou uso do corpo. Jesus também foi sinérgico em seu ensino. Quando pegou uma toalha e lavou e enxugou os pés dos discípulos, ensinou-lhes a lição da humildade, que já transmitira por palavras e atitudes. Quando pegou uma criança e a colocou no meio dos discípulos e disse que eles deveriam ser como crianças.
O professor deverá observar os tipos de alunos e a maneira como aprendem. Deve mesclar seu ensino para alcançar todos, se possível. Notará que, assim como alguns se desligam das informações verbais haverá outros que se desligarão das visuais e das sinérgicas. Ele nunca conseguirá uma eficiência de 100%, mas poderá se esforçar para ser o mais eficiente possível. Vimos que a Bíblia nos transmite lições orais, visuais e sinérgicas ou sinestésicas, como dizem alguns (ou, ainda, encarnadas).
Um comentário:
AMÉM A DISCUSSÃO, ESPECIALMENTE, POR CONTEXTUALIZAR COM PALAVRAS BÍBLICAS
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